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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Inglês a partir dos três meses de idade

O método explora a utilização de ferramentas para prender a atenção e tornar o estudo uma aventura divertida

Márcia Casali

No Século XX, acreditava-se que aprender uma segunda língua na infância era prejudicial ao desenvolvimento cognitivo da criança. Especialistas do departamento de psicologia da Universidade de Brasília (UnB) garantem que não existe idade ideal para aprender uma segunda língua. Teoricamente, quanto mais cedo melhor, mas algumas variáveis devem ser levadas em consideração. Os bebês, por exemplo, podem iniciar a aprendizagem de outra língua, desde que sejam capazes de aprender a distinguir os sons básicos da fala.

Para o professor e psicólogo pediátrico, Áderson Costa, os bebês podem até diferenciar sons de fala que nunca ouviram antes. No entanto, antes de alguns meses de vida, não são capazes de reter atenção e sincronizar os processos de ver, ouvir e processar informação. “Quando um bebê de 6 ou 7 meses ouve uma palavra várias vezes, em frases diferentes, mais tarde prestará mais atenção a esta palavra do que a palavras não escutadas antes”, diz. Ele reforça que por volta dos 6 meses os bebês são capazes de olhar para um objeto ao ouvir a palavra correspondente, mesmo feito em mais de uma língua.

Segundo o psicólogo, quando crianças de 1 ou 2 anos aprendem duas línguas simultaneamente, muitas vezes progridem com certa lentidão, porque misturam as palavras. Mas, por volta de 3, 4 anos, são capazes de separá-las. Mais à frente, quando iniciam o ensino fundamental, costuma ser fluentes nas duas línguas. Outro diferencial são as crianças que estão em ambientes cujos pais são fluentes em outros idiomas. “Elas levam vantagem, porque estão expostas a condições de enriquecimento cognitivo. A aprendizagem se generaliza para além da sala de aula”, comenta Costa.

Escolas na cidade oferecem cursos de inglês para bebês a partir dos 3 meses de idade. Até os 7 anos, as aulas são ministradas com um método totalmente comunicativo e mudam de atividade constantemente, num período de 20 a 30 minutos. Para a diretora pedagógica, Renata Berndt, da escola Learning Fun, os conteúdos são baseados em temas familiares para a idade, como: cores, família, animais, brinquedos e datas comemorativas. “Usamos livros grandes e coloridos para o momento da história, pois o visual estimula a criança”, comenta Renata.

A diretora explica que os vocabulários são mostrados por meio de concretos, que passam de mão em mão para que todos toquem e brinquem um pouquinho. A repetição é usada para exercitar a fixação dos vocabulários, mas uma repetição cantada, nunca de forma monótona. O cérebro dos bebês funciona como uma esponja, até os 7 anos de idade. “As informações são assimiladas com muito mais facilidade do que por crianças maiores ou adolescentes”, informa Renata.

Segundo a professora Silviane Barbato, do Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento da UnB, certos detalhes precisam ser levados em consideração, pois tudo que é em excesso ou forçado faz mal. No entanto, se considerar o aprendizado, em contexto de bilinguismo, e a criança se sentir bem, certamente é um exercício vantajoso para o raciocínio, para a entrada em outras culturas e uma abertura para o mundo.

Em relação à escola estrangeira, Silviane explica que esse processo de imersão a criança pode sentir um senso de não pertencimento, de na identificação com as práticas de uma cultura diferente da que está habituada. “Se várias crianças dessa escola estão em situação similar, será mais fácil a adaptação” diz a psicóloga. Caso contrário a família e a escola devem acompanhar de perto o processo de imersão.

Para o assistente técnico, Joelton Lopes Ribeiro, ver o filho Gabriel de 3 anos, matriculado em uma escola de inglês é algo maravilhoso. “Ele está tendo uma oportunidade que eu não tive”, comenta o pai. Gabriel demonstra interesse pela nova língua. E todos os dias chega em casa repetindo as palavras que aprendeu na escola. “É importante a criança entrar cedo em um curso de inglês. Algo muito valorizado no mercado de trabalho”, diz Joelton que acredita que o curso será um diferencial no futuro do filho.

Profissionais invisíveis, mas de grande valor

Aumenta a demanda por prestadores de serviço, tanto em bairros nobres, quanto em setor de chácaras da cidade

Márcia Casali

É comum encontrar pessoas que trabalham por conta própria e sem vínculo empregatício. Profissionais que estão diretamente ligados à economia da cidade e que muitas vezes passam despercebidos. Os prestadores de serviço que atuam no mercado como autônomos, tanto em jardinagem, na limpeza de piscinas, quanto em pequenos reparos domésticos, vêm ganhando espaço e afirmam que preferem a forma de trabalho, por conta da liberdade de horários. Apesar de não ter nenhum glamour, profissões que até então não era valorizada, começam a ganhar notoriedade. Pessoas que mesmo sem ter estudado, ganham salários maiores que muitos profissionais com ensino superior.

A profissão de jardineiro, antes desvalorizada, não oferece qualificação profissional. Mas é realizada por pessoas que gostam de lidar com plantas. Um trabalho que necessita de profissionais com conhecimento teórico sobre solo, irrigação, adubação e pragas. Mas que oferece a possibilidade de lidar com a terra, plantas e tornar o ambiente mais harmonioso e bonito.

O jardineiro Manuel Félix Ferreira, há 17 anos no mercado, afirma que a demanda por serviços de manutenção de jardins está aumentando. Casado, ele sustenta a mulher, filho e dois enteados. Com o salário de jardineiro Manuel comprou dois terrenos. O primeiro terreno no início foi pago com dificuldade e diz que chegou passar fome para conseguir pagar. Com a valorização da profissão ele comprou o segundo terreno e está construindo um prédio de dois andares, com 10 quitinetes e um restaurante no térreo. “O restaurante é para a minha esposa que faz pratos deliciosos. Ela vai ganhar mais, além de ter mais tempo para as crianças”, comenta.

Manuel trabalha de segunda a domingo. A rotina começa cedo e não tem hora para acabar. Segundo a mulher, Maria Aparecida, o serviço é cobrado de acordo com o jardim. Manuel visita o local e só então apresenta um orçamento. “A manutenção de um jardim custa em torno de 70 reais. O trabalho exige muito cuidado e atenção, por isso ele não atende muitas casas por dia”, diz Maria.

A procura por manutenção e limpeza de piscinas também vem crescendo na cidade. O piscineiro Seidirso Uessugue, afirma que possui uma agenda bastante disputada e que atualmente atende em 24 casas. Ele cobra meio salário mínimo por cliente, o que equivale a 6 mil reais por mês. Com mais de 31 anos de experiência, Seidirso comprou casa, carro e formou três filhos em uma faculdade particular. “Minha filha formou em nutrição e os meninos em educação física”, comenta Paulo que sente orgulho da profissão.

Outro serviço que vem ganhando espaço na cidade é o “marido de aluguel”, do empresário Anderson Bahia. Um serviço prestado por homens e que começa a se propagar na cidade. Muito bem recebida pelas mulheres para qualquer imprevisto doméstico, como instalar um varal, computador ou uma prateleira. Com o objetivo de oferecer um serviço diferenciado a empresa treina profissionais para solucionar e resolver a solicitação do cliente de maneira segura e rápida. Após treinamento os “maridos” recebem uniformes, crachá e são cadastrados no site, possibilitando ao cliente conhecer, com antecedência, quem irá atendê-lo.

Atualmente são oito profissionais, todos orientados a manter o ambiente limpo, executar o serviço com segurança e proteção adequada. Além de zelar pelos bens do cliente, oferece o melhor custo benefício do mercado, onde cada técnico cobra 60 reais por hora. Para a cliente, Luciana Costandrade, os serviços do Marido de Aluguel são satisfatórios, rápidos e com preço justo. “Em uma hora o profissional prendeu o vaso sanitário que estava solto, destravou uma janela que estava emperrada e arrumou uma fechadura. Eu recomendo” diz Luciana.