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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Profissionais invisíveis, mas de grande valor

Aumenta a demanda por prestadores de serviço, tanto em bairros nobres, quanto em setor de chácaras da cidade

Márcia Casali

É comum encontrar pessoas que trabalham por conta própria e sem vínculo empregatício. Profissionais que estão diretamente ligados à economia da cidade e que muitas vezes passam despercebidos. Os prestadores de serviço que atuam no mercado como autônomos, tanto em jardinagem, na limpeza de piscinas, quanto em pequenos reparos domésticos, vêm ganhando espaço e afirmam que preferem a forma de trabalho, por conta da liberdade de horários. Apesar de não ter nenhum glamour, profissões que até então não era valorizada, começam a ganhar notoriedade. Pessoas que mesmo sem ter estudado, ganham salários maiores que muitos profissionais com ensino superior.

A profissão de jardineiro, antes desvalorizada, não oferece qualificação profissional. Mas é realizada por pessoas que gostam de lidar com plantas. Um trabalho que necessita de profissionais com conhecimento teórico sobre solo, irrigação, adubação e pragas. Mas que oferece a possibilidade de lidar com a terra, plantas e tornar o ambiente mais harmonioso e bonito.

O jardineiro Manuel Félix Ferreira, há 17 anos no mercado, afirma que a demanda por serviços de manutenção de jardins está aumentando. Casado, ele sustenta a mulher, filho e dois enteados. Com o salário de jardineiro Manuel comprou dois terrenos. O primeiro terreno no início foi pago com dificuldade e diz que chegou passar fome para conseguir pagar. Com a valorização da profissão ele comprou o segundo terreno e está construindo um prédio de dois andares, com 10 quitinetes e um restaurante no térreo. “O restaurante é para a minha esposa que faz pratos deliciosos. Ela vai ganhar mais, além de ter mais tempo para as crianças”, comenta.

Manuel trabalha de segunda a domingo. A rotina começa cedo e não tem hora para acabar. Segundo a mulher, Maria Aparecida, o serviço é cobrado de acordo com o jardim. Manuel visita o local e só então apresenta um orçamento. “A manutenção de um jardim custa em torno de 70 reais. O trabalho exige muito cuidado e atenção, por isso ele não atende muitas casas por dia”, diz Maria.

A procura por manutenção e limpeza de piscinas também vem crescendo na cidade. O piscineiro Seidirso Uessugue, afirma que possui uma agenda bastante disputada e que atualmente atende em 24 casas. Ele cobra meio salário mínimo por cliente, o que equivale a 6 mil reais por mês. Com mais de 31 anos de experiência, Seidirso comprou casa, carro e formou três filhos em uma faculdade particular. “Minha filha formou em nutrição e os meninos em educação física”, comenta Paulo que sente orgulho da profissão.

Outro serviço que vem ganhando espaço na cidade é o “marido de aluguel”, do empresário Anderson Bahia. Um serviço prestado por homens e que começa a se propagar na cidade. Muito bem recebida pelas mulheres para qualquer imprevisto doméstico, como instalar um varal, computador ou uma prateleira. Com o objetivo de oferecer um serviço diferenciado a empresa treina profissionais para solucionar e resolver a solicitação do cliente de maneira segura e rápida. Após treinamento os “maridos” recebem uniformes, crachá e são cadastrados no site, possibilitando ao cliente conhecer, com antecedência, quem irá atendê-lo.

Atualmente são oito profissionais, todos orientados a manter o ambiente limpo, executar o serviço com segurança e proteção adequada. Além de zelar pelos bens do cliente, oferece o melhor custo benefício do mercado, onde cada técnico cobra 60 reais por hora. Para a cliente, Luciana Costandrade, os serviços do Marido de Aluguel são satisfatórios, rápidos e com preço justo. “Em uma hora o profissional prendeu o vaso sanitário que estava solto, destravou uma janela que estava emperrada e arrumou uma fechadura. Eu recomendo” diz Luciana.

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