Com o aumento da produção de lixo, as cooperativas oferecem oportunidades de emprego
Com o intuito de realizar uma ação conjunta entre a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Trabalho (Sedest) e a Centcoop, o SLU elaborou um cadastramento sócio-econômico dos carroceiros e catadores. A autarquia estimula a parceria entre catadores e centros de triagem de materiais recicláveis, como a Associação Pré-Cooperativista de Catadores de Resíduos Sólidos de Brasília (Apcorb) que funciona na L4 Sul. A usina da Apcorb é uma das ações do governo Distrital para a retirada dos catadores do Lixão da Estrutural.
Para a presidente da usina, Alessandra Alves, a cooperativa é a oportunidade da inclusão social dos trabalhadores da coleta de materiais. "Na usina há 11 anos busco melhores condições de trabalho para o grupo e observo que a mídia ajudou a categoria ao falar em meio ambiente e material reciclável", comenta. Segundo Alessandra a rentabilidade depende da produção. Atualmente a equipe recolhe cerca de 70 toneladas de material, com rendimento de R$ 80 mil reais ao mês. Todo valor é dividido pelo número de catadores, rendendo a cada um R$ 400 reais. "A profissão não é fácil e ainda existe muito preconceito. Somos catadores, mas com orgulho", finaliza.
Associada - Irismar Nascimento Vieira, associada da Apcorb há seis anos, a usina é uma fonte de renda para sua família. Casada e mãe de três filhos, todos desempregados, Iris, como é conhecida pelos amigos, percebeu muito desperdício de material e encontrou no reciclado uma forma de aumentar a renda da família. "Faço artesanato utilizando peças como: latinha, garrafa pet, lacre e papelão para produzir flores, bolsas, roupas, além de luminárias", comenta. De acordo com Iris, criar peças artesanais utilizando material retirado do lixo, é a certeza de estar colaborando com o meio ambiente . "As pessoas não imaginam como é importante adotar em casa ou nas empresas a coleta seletiva. É uma oportunidade de ganho para quem não tem emprego", afirma.
Todo ano Iris é convidada a participar de exposições voltadas à sustentabilidade no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte) e no estacionamento do Museu da República. "Tenho amigos na usina que fazem artesanato, mas não participam das exposições, por falta de dinheiro para comprar o material utilizado na confecção das obras. Meu desejo é que eles tenham a mesma oportunidade que estou tendo hoje", afirma Iris.
Usina- O chefe da usina L4 Sul, Cícero Carlos Gomes de Lacerda, informa que a Delta Engenharia, prestadora de serviços, em breve dará início as obras no local. "É uma maneira do catador se sentir valorizado, em um ambiente que ofereça mais conforto e dignidade", afirma Cícero. As obras serão realizadas na adequação da usina para a coleta seletiva. Um benefício para os catadores, que receberão o material pré-selecionado, melhorando o valor. "Investindo na reciclagem, melhoramos a limpeza da cidade e geramos empregos", afirma. Para Cícero a implantação da coleta seletiva, além de contribuir com a preservação do meio ambiente, diminui a quantidade de lixo nos aterros e oferece oportunidade para milhares de cidadãos que vivem da reciclagem. "Reciclar é conscientizar a população quanto ao destino do lixo", diz.
Resultados - Enquanto as cooperativas buscam fortalecimento, o Lixão da Estrutural está com data marcada para acabar. Delival Lemos de Souza, diretor de operações do SLU, juntamente com as Comissões de Direitos Humanos e Meio Ambiente da Câmara Legislativa do DF, estiveram no Lixão, no dia 23 de fevereiro, onde ouviram reclamações, discutiram propostas, além de constatar que o trabalho irregular de crianças e adolescentes continuam. Após o acidente que tirou a vida da catadora Maria Amélia Ramos da Cruz, 59 anos, os catadores pediram melhores condições de trabalho. Segundo Delival, o Lixão será extinto dentro de dois anos e Samambaia está recebendo um novo aterro. A extinção fortalece as cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis, aptas a participar da coleta seletiva solidária do Distrito Federal, além da geração de emprego e renda.
Serviços: Central das Cooperativas de Materiais Recicláveis do DF (Centcoop) Telefone/fax: (61) 3321-0320 e-mail: centcoop@gmail.com
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