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terça-feira, 3 de abril de 2012

Conjuntivite, perigo a vista

Secretaria confirma no DF o surto da doença com mais de 9 mil casos. Especialistas dão dicas de como evitar o problema e alertam que manter a higiene, é a melhor forma de evitar uma contaminação

Por Márcia Casali

A Secretaria de Saúde alerta a população, sobre o surto de conjuntivite no Distrito Federal. De janeiro a abril foram registrados mais de 9 mil casos. A cidade de São Paulo também enfrenta o problema da infecção. Cerca de 120 mil casos já foram notificados na capital paulista. Contra a conjuntivite, porém, não existem vacinas, e o primeiro passo é fazer o diagnóstico com um oftalmologista. O tratamento em seguida é por meio de colírios, lubrificantes, anti-inflamatórios ou compressas geladas.

O oftalmologista, Victor Saques Neto, explica que a conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, ou seja, membrana transparente que recobre o olho. Ela pode ser causada por alergias, infecções virais ou bacterianas e irritações químicas. Todos os tipos podem ser bilaterais sendo, as alérgicas, as mais comuns. Dependendo do tipo e do grau de severidade, o tratamento pode exigir de 7 a 15 dias de cuidados e afastamento das atividades rotineiras. “No caso das alérgicas, o portador está suscetível a enfrentá-la, porque os episódios de crise se manifestam e depois somem. Deixando o paciente livre dela por um período, mas não totalmente”, explica o especialista.

Segundo Victor, o contágio não acontece com todas as conjuntivites. As alérgicas, por exemplo, não são contagiosas. Elas são resultado de uma reação alérgica aos resíduos que flutuam pela atmosfera, como poeiras e pólens. Já no período de verão e inverno, quando as pessoas compartilham locais fechados como academias, shoppings e clubes, criam-se um ambiente propício às conjuntivites. “É importante lembrar que, nos períodos de frio, as pessoas costumam permanecer mais tempo dentro de casa”, comenta o médico que acrescenta sobre a falta de ventilação, que propicia um ambiente favorável ao compartilhamento de vírus e bactérias.

Apesar de parecer comum, a doença deve ser tratada e vista com seriedade, pois pode evoluir para quadros graves, caso não seja tratado com os devidos cuidados. A falta de tratamento pode causar aparecimento de manchas na córnea. Outra informação importante é que a doença também atinge as crianças. Victor explica que a administração das medicações devem seguir de forma correta, tendo uma orientação médica. Muitos remédios utilizados em adultos, também tem uso pediátrico. “Cabe apenas ao oftamologista indicar o tratamento adequado”, reforça o médico.

Tipos de conjuntivites

Para evitar a proliferação do vírus, a dica é rever hábitos básicos de higiene, como não compartilhar objetos pessoais (óculos, toalhas e roupas de cama) e lavar bem as mãos com sabão e álcool em gel, 70%. Segundo a médica, Maria Regina Chalita, existe vários tipos de conjuntivite. E todos com tratamentos específicos. “Prevenção é a palavra de ordem, sendo assim, vale tomar alguns cuidados como não usar medicamentos sem prescrição médica e preferir óculos de grau ao invés das lentes de contato”, diz a médica.

A conjuntivite infecciosa faz os olhos ficarem vermelhos, inchados, lacrimejando, sensíveis a claridade, além da sensação de ter um corpo estranho. Ela é transmitida, mais freqüentemente, por vírus, fungos ou bactérias e pode ser contagiosa, o que acontece por meio do contato. Assim, estar em ambientes fechados com pessoas contaminadas, uso de objetos contaminados ou, até mesmo, pela água da piscina são formas de se contrair a conjuntivite infecciosa. “Quando ocorre uma epidemia de conjuntivite, pode-se dizer que é do tipo infecciosa”, explica Maria Regina.

Outro tipo da doença é a conjuntivite viral, que geralmente é causada por um adenovírus, mas também pode ser transmitida por enterovirus tipo 70 - conjuntivite hemorrágica. É muito comum em escolas, local de trabalho, consultórios médicos, ou seja, em local fechado, tendo contato íntimo entre as pessoas. O diagnóstico é realizado pelas características clínica. “O tratamento consiste na utilização de compressas frias, e lágrimas artificiais. A propagação do vírus dura até 14 dias após o início dos sintomas”, comenta.

A conjuntivite bacteriana caracteriza-se por ser purulenta. São causadas por bactérias e tratada com antibióticos tópicos. Já a conjuntivite química e uma irritação por alguma substância como, por exemplo, maquiagem e cloro.

Dicas importantes

  • Mantenha as mãos e o rosto sempre limpos, estes são veículos importantes para a transmissão de microorganismos
  • Não compartilhe objetos pessoais: travesseiros, toalhas de banho e rosto, sabonetes, óculos, maquiagem ou qualquer outro objeto de limpeza
  • Limpe os olhos somente com materiais descartáveis
  • Evite nadar em piscinas sem cloro ou em lagos
  • Ao utilizar colírios e pomadas, tome cuidado para não encostar o bico do frasco olho
  • Use óculos de mergulho para nadar
  • Evite exposição a agentes irritantes ou alérgenos, como o a fumaça e o pólen
  • Não use medicamentos sem prescrição médica

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