Márcia Casali´s posts

terça-feira, 3 de abril de 2012

O grande desafio de ser dona de casa no século XXI

A mulher tem conquistado um lugar de destaque na sociedade. Elas são médicas, engenheiras, chegaram à política e ainda precisam cuidar do lar. Os desafios são inúmeros, mas elas garantem que vale a pena

Por Márcia Casali

O perfil da mulher do século XXI é muito diferente daquela do século passado. Sem levantar a bandeira do feminismo, a mulher atual obteve conquistas e avanços no mercado de trabalho e chegam a ocupar cargos que antes eram destinados apenas aos homens. Vale destacar, que as mulheres jamais serão como os homens, tendo em vista as diferenças comportamentais, biológicas, criação e hábitos culturais. Numa sociedade que se diz moderna, em um mundo tão competitivo, é fundamental o respeito pela individualidade e limitações entre os sexos.

Os desafios são muitos para quem precisa ser esposa, mãe, boa profissional, linda e ainda: dona de casa. Saber administrar o lar e ser empreendedora sem esquecer as necessidades do esposo, dos filhos e do próximo, é o perfil da mulher atual. Conciliar e atender as exigências profissionais e pessoais não é uma tarefa fácil, mas a mulher é habilidosa, não teme os desafios e está sempre disposta a recomeçar.

Histórico de lutas e conquistas

Segundo a psicóloga Maura Carvalho, o papel social da mulher é marcado historicamente pela opressão e pela constante necessidade de reivindicar uma posição de maior autonomia e independência, frente à divisão de tarefas entre gêneros. Ela destaca que nos últimos anos, e desde a revolução sexual feminina, o esforço tem sido o de desconstruir a naturalização do que é "coisa de homem" em contraposição ao que é "coisa de mulher". “O grande desafio das mulheres é mostrar o valor nem sempre óbvio daquilo que historicamente foi atribuído ao feminino: cuidar de si, dos outros, cooperar, manter e alimentar”, explica.

Corrida contra o tempo

Para a empresária e estudante de direito Cristiane Gulyas, é complicado ser mãe, mulher, empresária e estudante ao mesmo tempo. Ela diz que é importante correr atrás dos sonhos, sem esquecer a essência e os cuidados pessoais. “Tenho meus conflitos internos de vez em quando, e às vezes me sinto culpada por não estar mais presente com minha família. Mas tenho uma meta a seguir, e se não for assim, deixo de fazer algo por mim como pessoa”, comenta. Cristiane procura driblar o pouco tempo com a família aproveitando os momentos juntos, tornando-os o mais alegre possível. Mãe coruja assumida, a empresária faz questão de levar e buscar a filha Amanda, 15 anos, na escola e nos passeios com as amigas.

Com tantos compromissos, Cristiane ainda encontra tempo para frequentar a academia. “Ao sair da faculdade, aproveito para fazer 30 minutinhos de ginástica. Depois do almoço, sigo para o Centro Hípico onde mantenho uma escola de equitação e um centro de equoterapia. Uma agenda é fundamental para não me perder nos afazeres”, destaca Cristiane, que aproveita os finais de semana para colocar a casa e os estudos em ordem. “Acho que hoje em dia, a mulher conquistou seu espaço, mas não deixou de lado o fato de ser mãe, psicóloga, motorista, companheira, professora e cozinheira. Apenas incluímos tudo isso num pacote só”, finaliza.

Com formação em processamento de dados, Jaquelma Amorim é casada há onze anos. Mãe de Mariana, 10 anos e Rodrigo 5, ela acredita que apesar dos inúmeros compromissos, a vida não teria sentido, pois tudo se completa. Com o tempo cronometrado, ela não abre mão de tomar café da manhã com a família e diz que acorda mais cedo todos os dias, só para garantir esse momento. “Realmente a minha vida é bem corrida e trabalhosa, mas se existir amor, tudo fica mais fácil”, afirma.

Jaquelma conta que não ensina aos filhos que eles precisam estar acima da média, e sim que eles sejam felizes. “Nada impede que eles tenham empenho nos estudos e corram atrás de seus sonhos. Mas sempre respeitando um ao outro e isso começa em casa”, destaca. Driblando o pouco tempo com a família, ela sempre arruma um jeito para ir ao cinema com o marido ou sair com os amigos. “Sempre procuramos arrumar um espaço para nós dois”, finaliza.

Feliz com as diferenças

A policial militar Raquel Alves, confessa que a rotina é exigente e cansativa. Sobra pouco tempo para assuntos pessoais e que abre mão de muitas coisas para proporcionar o melhor para os filhos Felipe, 20 anos, Fernando Junior, 9 e Maria Fernanda, 7. “Sem mãe e sogra por perto, que muitas vezes nos socorrem , conto com uma secretária que me ajuda com a casa”, diz. Raquel lembra, que ainda restam dois papéis que ninguém pode desempenhar: o de esposa e o profissional. “A esposa precisa ser vela e não âncora nesse barco que é o casamento”, comenta a policial que ouviu essa frase do marido em momentos de conversa sobre como comandar essa embarcação que passa por turbulências, mas também por bonanças. Como profissional, ela se esforça para prestar um serviço de excelência, pois a mulher é mais cobrada, mesmo que seja uma cobrança disfarçada. “Precisamos fazer o mesmo trabalho, só que com mais dedicação”, destaca.

Para Raquel, ser policial e uma profissão como qualquer outra, e no meio militar a maioria dos profissionais são do sexo masculino. Mas ela afirma que nunca sofreu nenhum tipo de preconceito ou desrespeito, pois há lugar para todos. “Não há espaço para paradigmas que já caducaram”, explica. A policial acredita que basta fazer valer a pena, pois ser mãe, esposa, filha, amiga e profissional é uma dádiva de Deus e que não abriria mão de sua vida por nenhuma que pareça mais leve.

Nenhum comentário:

Postar um comentário